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Olhos Azuis

Conversas de aplicativo, conexão rara, risos, bom humor, inteligência, sagacidade...
Interesse despertado.
Dois dias e a vontade cresceu:
_"Estarei sem meu filho." Ela falou.
Desafio, curiosidade, atração.

Chegou no endereço marcado, notou que estava com barba, diferente da foto do aplicativo.
Notou um cinzeiro.
Casa limpa e organizada. 
Manias de virgem e touro no mapa astral.
Espaço, conforto, aconchego.

Entre conversas animadas, risos, intimidade instaurada, leveza, histórias humoradas.
Enfim o beijo aconteceu!
E que beijo!!!
Ficaram extasiados, tontos de vontade.
Lábios, mãos, maciez.

Cabelos acarinhados, conversa sobre mapa astral, manias e passado.
No quarto clássicos do rock tocavam.
Logo as mãos tocavam os corpos.
E ele a devorar com os olhos azuis.
E que olhos!!!
Calor, sedução, suor.

O melhor sexo da vida dela!
O melhor sexo da vida dele!
Embriagados de amor... Transbordantes...
Vontade de fazer o tempo parar, congelar, nunca mais sair daqueles braços.
Olhos, bocas, línguas.

E a noite era só uma criança, conversas, pizza, gozos, risos, gemidos.
Enquanto ele a dominava, ela se derretia. Vertia água, suor, saliva, líquidos por toda parte.
Ele a banhou... Tratou ela como uma rainha, elevou sua auto-estima.
Leveza, fortaleza, intensidade.

Flutuar... Felicidade desmedida...
Ela estava completamente entregue...
Ele completamente surpreso, nem ele esperava que seria tão mágico esse encontro.
Flutuar... Intensidade desmedida...
Furacão, vulcão, explosão.

Dia seguinte, carícias, cuidado, despedida, vontade de estar juntos.
Mais uma noite juntos.
Intimidade instaurada.
Parecia natural, parecia que ia ser pra sempre assim, parecia tão real.
Amor, afeto, vontade.

Encontro de almas, talvez algo de vidas passadas, passado que se interligava.
Ela entregue, disse que o amava. Ele, entre gemidos, disse "eu te amo" ao pé do ouvido.
E após 7 encontros, o fim.
Devassidão, vazio, sofrimento.

E o passar dos dias tornam-se lentos, horas arrastadas, corpo e mente desanimados...
Ela aguardava as mensagens que já não eram mais enviadas, nem respondidas.
Todas as músicas lembravam ele.
Angústias, lágrimas, desilusão.

Como um rastilho de pólvora, uma estrela cadente a cruzar o céus, o debrochar de uma flor que logo seca e morre.
Foi lindo, intenso e marcante.
Frases nunca esquecidas, sexo jamais superado, vontade infindável.
Fim.

Mariana Lohmann (31/01/2021)

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