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Filhota

Era dezembro... Minha primeira proposta de emprego na minha área... Meu primeiro teste pra atuar num espetáculo...
Lá estava ela. Se destacava com seus cabelos ruivos pintados, com sua cara de moleca e desleixada, tranquila, bonita...
Durante a apresentação disse ser formada em direto, não ter experiencia no ramo de teatro, mas ter conhecimento através do pai e da mãe...
Eu pensei: _ Que que essa garota quer aqui??? Que vá terminar seu mestrado!!!
Um breve ar de antipatia tomou conta de mim...
Durante a primeira fase eu estava concentrada demais pra olhar pros lados... Na hora de cantar ela ficou nervosa como todos, não tinha jeito que nem eu... Na hora de atuar me colocaram justamente com ela pra fazer uma leitura...
A harmonia tomou conta já nas primeiras frases... Afinidade cênica!
Fizemos a cena, trocamos de papéis, passamos e repassamos e coisas legais surgiram...
Minha filhota querida! Desde a primeira vez tão moleca, tão animada, tudo em sincronia...
Ensaios, conversas, cervejas... Confidências, amizade, afeto...
Um amor nasceu...
As viagens começaram... Dividimos quartos, rimos, choramos, dançamos, bebemos, trocamos experiências, fizemos festas, cuidamos uma da outra, estudamos o texto, nos tietamos... Um forte laço se criou.
Mãe e filha na ficção e quase isso na vida real...
Desvendei tua alma... Conheço teus passos... Compreendo teus pensamentos...

Minha filhota moleca, nossos caminhos podem até se distanciarem como já distanciaram algumas vezes durante esse ano, mas quando nossas almas se encontram e nossos braços se enroscam é como se nunca estivéssemos longe uma da outra, nem fisicamente, nem espiritualmente...
Te Amo, Minha Querida Lúcia!!!
Te Amo Jú!!!


Mariana Lohmann (entre setembro e outubro de 2014)

**Comecei a escrever esta singela homenagem depois de calorosos e emocionados abraços na despedida de uma amiga/colega/filha muito querida, mas parei na metade e mesmo sem concluir como eu gostaria ficou tão lindo que vou deixar assim mesmo... ;)



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