No vazio do meu quarto os sons se confundem entre tic-tacs, motores de geladeiras, ruídos da noite, música baixinha, vento ou a falta dele...
No vazio do meu quarto as luzes ainda estão acessas à espera do sono que não chega, à espera de algo que eu ainda não sei...
É no vazio do meu quarto que eu me perco e me acho entre poeiras, cadernos, livros, filmes, pensamentos, lágrimas, chocolates, lembranças...
Neste quarto já encontrei o amor e a dor... Já fui menina, esposa, mãe... Já desejei e já fui desejada... Já estive só, já estive acompanhada... Já fiz amigos, já terminei namoros... Já gozei de muitas alegrias, já tive muitos prazeres, já fui magoada...
E no vazio do meu quarto as paredes já se cansaram de me ver explodindo de felicidade, caindo de tristeza, sorrindo de pileque, falando sozinha, chorando compulsivamente...
E agora esse vazio do meu quarto se mudou para o peito me deixando assim, parada, imóvel...
Estou tão quarto que mesmo tendo ouvidos, não ouço... mesmo tendo olhos, não vejo... mesmo tendo boca, não beijo...
Neste meu quarto de gata borralheira, de mãe preocupada, de amante ou esposa dedicada, de segredos e de confissões... Neste quarto de faz-de-conta, cá estou eu, cada vez mais vazia...
Mariana Lohmann
No vazio do meu quarto as luzes ainda estão acessas à espera do sono que não chega, à espera de algo que eu ainda não sei...
É no vazio do meu quarto que eu me perco e me acho entre poeiras, cadernos, livros, filmes, pensamentos, lágrimas, chocolates, lembranças...
Neste quarto já encontrei o amor e a dor... Já fui menina, esposa, mãe... Já desejei e já fui desejada... Já estive só, já estive acompanhada... Já fiz amigos, já terminei namoros... Já gozei de muitas alegrias, já tive muitos prazeres, já fui magoada...
E no vazio do meu quarto as paredes já se cansaram de me ver explodindo de felicidade, caindo de tristeza, sorrindo de pileque, falando sozinha, chorando compulsivamente...
E agora esse vazio do meu quarto se mudou para o peito me deixando assim, parada, imóvel...
Estou tão quarto que mesmo tendo ouvidos, não ouço... mesmo tendo olhos, não vejo... mesmo tendo boca, não beijo...
Neste meu quarto de gata borralheira, de mãe preocupada, de amante ou esposa dedicada, de segredos e de confissões... Neste quarto de faz-de-conta, cá estou eu, cada vez mais vazia...
Mariana Lohmann
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