Então você começa a se perguntar o que de fato é recíproco?
Amor?
Carinho?
Cuidado?
Respeito?
Ou apenas o tesão?
Do que é feito um relacionamento?
A doação de fato vem dos dois lados, ou há alguém que recebe mais enquanto o outro doa tudo o que pode?
Quais os objetivos de cada um? E quais os objetivos em comum?
Por mais aberta e livre uma relação, será que não se torna necessário certas construções de futuro?
Ou será que por ser aberta é necessário contentar-se com estar presente no aqui agora sem esperar nada do futuro?
O que faz alguém sentir vontade de relacionar-se com outra pessoa?
Vantagens?
Apreço?
Tesão?
Metas de curto prazo?
Carência e ter alguém pra se passar o tempo?
Ou seria necessário a vontade de estar com aquela pessoa a cima de todas as outras e todos os obstáculos?
Tenho me sentindo tão só... Será que era isso que eu esperava de um relacionamento aberto? Ter hora marcada, dia certo? Não poder contar com a pessoa nos meus momentos de desesperos e crises?
Ter que implorar para que uma foto seja postada... Será que é isso mesmo que eu preciso?
Ações que antes eram desapercebidos, quando o movimento era apenas de doação e ajuda. Quando a compensação vinha do simples fato do outro estar bem... Mas e agora, quando sou eu que preciso, cadê aquele mesmo suporte? Cadê aquele mesmo apoio?
O mundo nunca vai ser um sonho cor-de-rosa, mas poderia ao menos ser mais empático e menos egoísta. Eu só precisava um colo, em vez disso fico com silêncio, data certa na agenda e comentários vagos que dão a entender a falta de cuidado que se tem para comigo.
Sendo assim, se é pra me sentir só... Que de fato eu seja, ao menos paro de doar a quem não merece receber...
Mariana Lohmann (03/12/2021)
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