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Carta Pra Ajudar a Te Entender

Me ajuda a te entender!!!

Daí você me liga e na despedida me diz que sente saudades...
Volta a ligar comendo chocolate e quando eu faço uma brincadeira se tu vai dividir o chocolate, tu me dá um cortaço que tô tentando entender até agora...

"Quando 2 ñ querem, um ñ faz!"

Sendo o correto do ditado ser ao contrário, "qdo um ñ quer 2 ñ fazem", ficou explícito que na tua concepção nenhum de nós dois quer "dividir o chocolate"!

Enfim... Seguiu o diálogo me questionando o porquê da gente seguir se falando... Querendo uma resposta que pra mim parece óbvia: "nós nos gostamos, sentimos falta da cia um do outro e nos preocupamos um com o outro". Porém, esse questionamento me fez perceber que mantermos o contato pode não estar fazendo bem pra ti. Fiquei sem resposta.

Depois você me pede para eu dizer que estou com saudade... Coisa que tu mesmo há um tempo atrás me perguntou por que eu falo tanto que sinto saudade... E na ocasião eu fui pesquisar no histórico da conversa e realmente desde o princípio eu digo isso muitas vezes. Fui a primeira a dizer, e de cada 10 que eu falei/escrevi, tu disse/escreveu 1 vez. Desde então tenho evitado dizer.

Depois me questionou se eu ainda gosto de ti... Inquieto, inquisidor, incisivo no questionamento...
Te respondi que eu sou transparente, porque sempre te expus o que sinto, sempre! Sempre fui clara nos meus sentimentos e sempre quis que tu fosse também, queria te entender, queria que tu se abrisse comigo...
Tentei te devolver a bola, jogando pra ti as mesmas perguntas...

E então veio o real motivo de toda essa introdução: "se tu gosta de mim e sente saudade, por que nunca mais veio me visitar?"
Novamente uma resposta que até aquele momento me parecia óbvia, mas que ali já ficou nebulosa. Muito além da questão de grana e tempo, que são sim fatos bem determinantes para a falta de visitas; na minha concepção anterior, depois que nos afastamos/terminamos, cada um precisou de um tempo pra se restabelecer e se adaptar com a ausência um do outro. O fato de um reencontro poderia causar um desequilíbrio, poderia nos ferir, gerar confusões de sentimentos e pensamentos.
Tu riu, colocou em jogo as nossas idades dizendo que estamos bem maduros pra ter receio de se ver por medo de se machucar.
Fiquei atônita! Talvez porque pra mim o sentimento fale mais alto que o corpo, eu não quero me ferir sentimentalmente, gerar novas expectativas que não serão alcançadas. E talvez pra ti, o sentimento fique em segundo plano ou nem exista, seja apenas um pretexto pro corpo sanar a sua vontade de pele e contato físico.

"Me ajuda a te entender!" Tu quer que eu te ajude a entender toda essa situação que vivemos, mas eu sigo na incógnita de não te entender. Não sei o que tu pensa, sente ou deseja de mim. Não sei o que eu represento na tua história ou na tua vida. Qual o papel que eu exerço!?

Seguimos o fluxo da conversa, falamos do clipe, você pergunta por que eu quero saber... Poxa! Como assim? Quero saber porque sou tua fã, porque gosto quando tu divide essas coisas comigo, gosto quando tu pede minha opinião, gosto de pensar contigo, elaborar projetos. Gosto de viajar nas concepções contigo, gosto e admiro muito o teu trabalho, me empolga te ouvir falar do teu trabalho. 

E enquanto tu me expunha a proposta, ficou evidente duas coisas pra mim:
*a primeira foi o quanto te abalou o meu afastamento ter sido por causa das tuas reações agressivas. Tu tem te colocado muito no papel de agressor, se punindo talvez. Acredita que eu não retorne a tua casa por medo de ser agredida. Isso me faz questionar se esse tipo de situação que aconteceu conosco já havia acontecido outras vezes. Teu passado sempre foi incógnito pra mim...
*a segunda foi quando tu assinalou quase que em negrito que não me vê fazendo a personagem desse clipe (gata sarada, bonita fisicamente/socialmente). Disse que a figura idealizada para essa personagem, a Juliana, não quer participar do clipe e que também não teria o homem, terceiro personagem, pra contribuir com a trama. Ou seja, ela, além de preencher os pré requisitos de gata-sarada, beleza de novela, ainda era solteira... Me veio à tona toda a questão de tu ter me "achado/selecionado" em um App de relacionamento. Que assim como eu, a Ana também foi assim... E quando vê essa Juliana, a Michele, a Márcia e sabe-se lá quantas outras não foram o mesmo procedimento... Me questionei sobre não ser boa (na tua concepção) para esse papel, me questionei sobre a visão que tu tem sobre mim, me questionei que talvez a minha visão romantizada sobre tudo mais uma vez me atrapalhe na hora de tentar entender as pessoas.
Eu nem tinha falado nada sobre participar, nem fiz menção ou dei a entender que gostaria. Tu me podou, me jogando um balde de água fria e questionamentos. Fiquei tentando entender por que me crifar essa informação.

Será que por eu ser esse poço de sentimentos e doar muito amor pra tudo que eu vivo e toco, eu não acabo vendo amor onde não tem? Me preocupando com os sentimentos dos outros que talvez nem sequer existam?

Eu gosto sim de ti. Já gostei muito mais. Eu quis muito namorar contigo, e tu sabia/percebia isso. Aliás eu já vinha dizendo pra muitas pessoas que estávamos praticamente namorando, só faltava oficializar. O que sempre me barrou foi tu ter dito desde o começo que não queria relacionamento, foi tu sempre me excluir dos teus planos futuros, e às vezes até presentes (como a função toda lá do edital que a gente se inscreveu separadamente), ou algum outro planejamento que tu não me contava, dividia ou convidava.
Então cada vez que tu me cobrava alguma coisa, cada vez que demonstrava um descontentamento, uma cena de ciúmes, uma reação negativa por eu não atingir as tua expectativas... Eu me questionava sobre o que era esse relacionamento, qual seria a evolução dele, ou melhor, se haveria evolução! 
Você dizia, "quero algo leve!", e eu concordei! Não te pressionava, não te sufocava, não expunha meus medos e receios. Apenas aproveitava o que era me ofertado, aceitava que nunca seríamos mais do que já éramos. Só que isso passou a ser um problema com as tuas cobranças e ciúmes. Me abriu precedentes pra sentir o mesmo. E daí que tudo ficou bagunçado aqui dentro... O meu sentimento por ti, o desejo de te namorar, a incerteza de futuro, a tua resistência em me fazer parte da tua vida e conquistas. Talvez esse sim, tenha sido o real motivo de eu ter me afastado... Eu queria mais que ser apenas mais uma "Michele" na tua vida, mas percebi que não seria. Percebi que mais uma vez eu estava investindo demais em algo que desde o princípio foi esclarecido que não teria futuro. 
Claro que as tuas reações agressivas pesaram muito e foi o estopim para a minha decisão de me afastar. Já vivi coisas desse tipo suficientemente pra não querer vivenciar mais. Mas eu já estava me questionando sobre respeitar as minhas vontades. Se meu desejo era te namorar e o teu não era, então eu deveria me resguardar e seguir em frente, focar nos meus dilemas e solucionar os meus problemas. Deixar o amor de lado, em segundo plano, como eu estou sempre sendo colocada.

E é isso! Mais uma conversa que gerou uma série de inquietações aqui dentro... E mais uma vez, digo tentando te entender, entender o que tu quer dizer com os teus questionários pra mim.
Acho que já escrevi demais!

Fim...

Mariana Lohmann (28/04/2021)

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