Então eu me deito de bruços na cama e começo rolar meus dedos na tela...
Fico ali perdida por horas, vejo pelos olhos dos outros vários mundos diferentes...
Fico ali dando likes, olhando fotos, vendo pequenos vídeos, lendo frases, compartilhando o que acho que deva ser compartilhado...
Não falo com ninguém, não me comunico, emudeço!
Baixo o brilho da tela, os olhos já reclamam tanta luz.
Viajo por lugares que nunca fui (nem vou ir), fantasiando dentro de mim a possibilidade de viver o que não me é permitido viver: ser outra pessoa!
Outrora me era possível ser quem eu quisesse, seja no palco ou na vida... Hoje a possibilidade é seguir o fluxo, sempre em busca de um amanhã melhor... Um amanhã talvez utópico, um amanhã que possa nem existir, como meus sonhos de viver aquilo que vejo outros vivendo através dessa tela trincada...
Dinheiro, dinheiro, dinheiro... Maldito dinheiro que me impede de alcançar meus sonhos... Quando criança tudo era tão simples de resolver... Talvez por isso eu fique aqui, presa durante horas com os dedos nessa tela, aqui sou como criança sonhadora, fantasiando em cima das postagens alheias...
Então decido sair da cama, largar esse aparelho, me mover... Mas a vida aqui é tão sem graça e solitária... Há tanta "obrigação" por fazer... Eu não páro. Sempre correndo pro tempo não me arrastar...
Tenho tempo pra nada...
Trabalho, trabalho, trabalho... Trabalho pra ter dinheiro e fico sem tempo...
Sem tempo e sem o maldito dinheiro...
Por que não nasci outra pessoa?!
Volto pra tela, viajo por mais algumas horas, esgoto o pouco tempo que tenho pra deixar pra depois as obrigações solitárias e seguir a ilusão das minhas fantasias, pq grudada nessa tela eu não preciso pensar nas contas, na falta de tempo e de dinheiro que mesmo trabalhando dobrado está sempre faltando!
Cansei!
Família... Quem de fato é nossa família? Muitas vezes quem tem nosso sangue nem sempre podemos considerar nossa família. Hoje fui no velório de uma tia "emprestada", que há muito tempo eu não convivia. A parte mais louca dessa história toda é que ela era irmã de um falecido ex-padrasto ao qual eu não gostava nada. Então me pego pensando que tive mais contato com ela, e os parentes que vim a conhecer desse ex-padrasto, que com meus parentes por parte de pai. Aliás, mais contato com eles que com o meu próprio pai. Da família "Cunha da Silva" eu mantenho contato com a filha dessa tia, a Cibele, de apelido Bebê, a quem tenho por prima desde que a conheci, e que me reconhece assim também, mesmo sabendo que de fato quem é primo dela é meu irmão. E tenho como irmã a filha mais nova do meu ex-padrasto, a Michele. Ambas são parte importante da minha existência, muito mais que alguns irmãos (ou meio irmãos) que tenho. Ainda que eu seja uma pessoa um pouco distante das pessoas...
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