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Mostrando postagens de maio, 2015

Pele a Óleo

Ainda lembro daquele primeiro encontro Do primeiro toque Do primeiro beijo (meio desajeitado da minha parte) Das primeiras palavras trocadas... Tudo fruto de um convite pra jantar... Um singelo convite, Tão singelo quanto um desenho à lápis numa folha em branco... Ainda lembro daquela primeira noite Do primeiro olhar Do primeiro abraço Das nossas mãos dadas Das carícias trocadas... Tudo tão belo e tão caloroso Como um desenho colorido em tela de acrílico... E então, na intimidade de dois amantes... Dois corpos ardentes... Dos movimentos suaves das mãos dele Em conjunto com o seu olhar comtemplativo e admirador Eu me vi sendo dedilhada, esculpida, desenhada no espaço... Naquela noite de primeiras coisas Senti-me tão bela quanto uma pintura a óleo... Ainda lembro do gosto de ser apreciada Com mãos e olhos ávidos a me pintar, colorir Esculpida em argila Degustada, saboreada, extasiada... Vi minha pele sendo pintada a óleo. Mariana Lohmann (10/06/2015)

Aos Pais

Às vezes, na ânsia por ver seus filhos "encaminhados" na vida os pais pecam fazendo cobranças exageradas e proferindo palavras que nunca deveriam ser ditas por quem lhes deu a vida. Os pais não podem depositar no filho o sucesso que não puderam quando também eram apenas filhos; não podem esperar que os filhos ajam e pensem com a mesma cabeça que eles têm depois de tantos anos a frente vividos; não devem esperar que seus filhos sejam gratos por nunca ter passado pelas mesmas dificuldades que eles passaram quando tinham a idade dos seus descendentes... Algumas fichas só caem aos olhos de alguns filhos quando estes se tornam pais também, contudo para outros nem assim caem. Cada indivíduo é único e vivencia experiências únicas. Se somos resultados de nossas experiências, como exigir que outro, só por ser nosso filho, compreenda e viva o que somos ou o que queremos que eles sejam? A cada novo nascimento, a cada novo segundo, um mundo inteiro se faz diferente. Não há como culpa

Silêncio Dominical

Um silêncio em mim Sons de pássaros... Cães latem na rua Músicas nos vizinhos... Crianças brincam E o silêncio ainda aqui Carros... Ônibus... Aviões Gritos... Gemidos... Choramingos Um silêncio tão particular Que dia é hoje? Que dia deveria ser? Domingo... Hoje é domingo Um domingo silencial Ou um silêncio dominical... Hoje é domingo e o meu silêncio está tão alto... Um emaranhado de coisas a se pensar Um turbilhão de coisas a se resolver Sentimentos, problemas, preocupações... E hoje o meu domingo é tão silêncio... Um dia das mães tão sem mãe E tão sem filho... Parada no tempo Presa no silêncio Uma vida toda acontecendo lá fora E eu aqui a silenciar o meu domingo Esperando ansiosa ver tudo isso passar!

A Queda!

Novamente uma queda... De um passo a frente volto dois Nessa valsa infindável do destino Volto sempre ao ponto inicial Ou às vezes menos que isso... Estou cada vez menor Estou virando um grãozinho de areia... Up! Up! Up! Diz minha mente ao pressentir nova queda... Down... Down... Down... ... ... Mas já era tarde... E cá estou outra vez Jogada no chão do destino Tropecei, escorreguei e caí... Estou pequena Tão pequena quanto um ácaro deve ser... Quedei-me outra vez...

Olhos Verdes

E num momento turbulento desses dois olhos verdes sorriem pra mim... Sem o frisson de outrora, sem a pretensão de floreio, sem o anseio do amor, nem a pressa de amar... Estou serena! E apesar do mal momento, de crises e sensibilidade, eu estou serena! Ansiosa pelo reencontro, mas sem expectativa, sem antecipar nada. Piadas de futuro, planos de um amanhã possível, mas vivendo cada dia... um dia. Vivendo cada sentido, cada toque, cada gozo, com preguiça de despedir-se, mas vivendo, saboreando, degustando! Olhos verdes de menino, corpo de homem feito... Conversas descontraídas, muita coisa em comum, uma infinidade a aprender e um monte a ensinar... Madrugadas coloridas, saborosas, musicais e calorosas... Estômago e coração preenchidos... Mente e alma bem cuidados... Ansiosa por um próximo encontro, mas sem a pressa do último gole. Mariana Lohmann ( 05/05/2015)